História Em Quadrinhos No Brasil
Anos 1960
A Editora EDREL (Editora de Revistas e Livro) fundada por Minami Keizi em 1967, foi pioneira no estilo mangá no país, isso quando ainda não havia se tornado febre. Ilustradores como o próprio Keizi e Claudio Seto desenhavam nesse estilo. Na época causou estranheza e, por isso, os padrões norte-americanos e/ou europeu continuaram a ser seguidos pela maioria dos artistas nacionais.
O Menino Maluquinho
As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editoral dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses. Atualmente, o estilo comics dos super-heróis americanos é o predominante, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. No caso dos comics alguns já conquistaram fama internacional (como Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike Deodato que desenhou Thor, Mulher Maravilha e outros).
A única vertente dos quadrinhos da qual se pode dizer que desenvolveu-se um conjunto de características profundamente nacional é a tira. Apesar de não ser originária do Brasil, no país ela desenvolveu características diferenciadas. Sob a influência da rebeldia contra a ditadura durante os anos 1960 e mais tarde de grandes nomes dos quadrinhos underground nos 80 (muitos dos quais ainda em atividade), a tira brasileira ganhou uma personalidade muito mais "ácida" e menos comportada do que a americana.
História
Os quadrinhos no Brasil possuem uma longa história, que remonta ao século XIX. Como charge, circulou o primeiro desenho em 1837, vendida em separado como uma litografia, de autoria de Manuel de Araújo Porto-alegre. Esse autor depois criaria uma revista de humor político em 1844. Angelo Agostini continuou a tradição de introduzir desenhos com temas de sátira política e social nas publicações jornalísticas e populares brasileiras. Entre seus personagens populares desenhados como protagonistas de histórias em quadrinhos propriamente ditas estavam o "Zé Caipora" e Nhô-Quin" (1869). Em 1905 surgiu a revista O Tico Tico, considerada a primeira revista de quadrinhos do Brasil, com trabalhos de artistas nacionais como J. Carlos, primeiro brasileiro a desenhar um personagem Disney (Mickey Mouse).
A partir dos anos 1930, houve uma retomada dos quadrinhos nacionais, com os artistas brasileiros trabalhando sob a influência estrangeira, como a produção de tiras de super-heróis (com a publicação de A Garra Cinzenta em 1937 no suplemento A Gazetinha) e de terror, a partir da década de 1940,com os jornais investindo nos chamados "suplementos juvenis", ideia trazida da imprensa americana (que lançou as sessões de tiras dominicais) por Adolfo Aizen. Em 1939 foi lançada a revista O Gibi, nome que se tornaria sinônimo de revista em quadrinhos no Brasil.
Continuando com a tradição dos cartuns e charges, se destacaria o cartunista Belmonte, criador do Juca Pato. Em 1942 surgiu o Amigo da Onça, célebre personagem que aparecia na revista jornalística O Cruzeiro.
No início dos anos 1950, novos quadrinistas brasileiros que iam aparecendo não conseguiram trabalhar com personagens próprios em função da resistência dos editores. Álvaro de Moya produziu capas de o Pato Donald para a Editora Abril, muitas vezes sem ser creditado. Vários artista brasileiros e estrangeiros passaram a receber os devidos créditos após a criação do site Inducks.
Em 1952, a Editora Abril adotou o formatinho, dimensões menores do que as revistas estrangeiras e que gradualmente se tornou o formato padrão em publicações brasileiras de histórias em quadrinhos.
Há ainda o desenho de Gutemberg Monteiro, que foi trabalhar no mercado americano, ilustrando com muito sucesso os quadrinhos de Tom & Jerry. A EBAL de Adolfo Aizen, empenhada em demonstrar o potencial educacional dos quadrinhos (que nessa época estavam sob críticas moralistas, principalmente nos Estados Unidos), contratou alguns artistas para desenharem matéria cultural como adaptações de obras literárias e episódios da história do Brasil na revista Edição Maravilhosa. Há ainda o desenho de Gutemberg Monteiro, que foi trabalhar no mercado americano, ilustrando com muito sucesso os quadrinhos de Tom & Jerry. No gênero do faroeste/cangaço apareceu Milton Ribeiro, O Cangaceiro (inspirado no ator do filme O Cangaceiro) de Gedeone Malagola e a revista do Jerônimo, o Herói do Sertão, publicada pela RGE em 1957, desenhada por Edmundo Rodrigues e que foi baseada em uma novela de rádio.
Nos anos 1950, surgiram também os primeiros trabalhos independentes de Carlos Zéfiro, autor dos catecismos (quadrinhos eróticos).
Foi no formato de tira que estrearam os personagens de Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, no fim de 1959. O cãozinho Bidu foi o primeiro personagem da Turma que, além das tiras de jornal, teve uma revista publicada pela Editora Continental. A Turma da Mônica começou a ser publicada pela Editora Abril em 1970, depois em (1987) pela Editora Globo e a partir de 2007 pela Editora Panini. Recentemente foi lançado Turma da Mônica Jovem - versão adolescente da Turma em estilo mangá.
Anos 1960
Em 1960 foi vencida a resistência dos editores e surgiu uma revista em quadrinhos com personagens e temas brasileiros. Foi A Turma do Pererê com texto e ilustrações de Ziraldo (mesmo autor de O Menino Maluquinho). O personagem principal era um saci e não raro suas aventuras tinham um fundo ecológico ou educacional. O cartunista Henfil continuou com a tradição da "tira" com seus personagens contestadores Graúna e Os Fradinhos.
Os quadrinhos de super-heróis tiveram vários personagens brasileiros lançados em revista nessa época: Capitão 7 (mistura de Flash Gordon com Super-Homem), Escorpião (cópia do O Fantasma), Raio NegroGedeone Malagola, (baseado no Lanterna Verde da Era de Prata), Targo, (cópia de Tarzan). No estilo policial foi criado o "O Anjo", desenhado por Flávio Colin (citado como o melhor desenhista brasileiro) que originou o filme O Escorpião Escarlate. No faroeste apareceu a tira do gaúcho Fidêncio, de Júlio ShimamotoJuvêncio, o justiceiro do sertão pela Editora Prelúdio, além dos quadrinistas de horror, que trabalharam nas revistas da Editora La Selva. de e a adaptação de
Com o golpe militar houve uma nova onda de moralismo que bateu de frente com os quadrinhos. Em compensação, esse movimento inspirou publicações jornalísticas cheias de charges como O Pasquim que, embora perseguido pela censura, criticavam a ditadura incansavelmente.
A Editora EDREL (Editora de Revistas e Livro) fundada por Minami Keizi em 1967, foi pioneira no estilo mangá no país, isso quando ainda não havia se tornado febre. Ilustradores como o próprio Keizi e Claudio Seto desenhavam nesse estilo. Na época causou estranheza e, por isso, os padrões norte-americanos e/ou europeu continuaram a ser seguidos pela maioria dos artistas nacionais.
Os quadrinhos terror fizeram bastante sucesso no país, entretanto, sua produção nos Estados Unidos foi interrompida por conta do Comics Code Authority, um conjunto de regras e normas que implantaram a censura em quadrinho em meados da década de 1950, a solução adotada pela editoras foi a criação de histórias brasleiras de terror, nesse contexto, autores como o italiano Eugênio Colonnese (criador de Mirza, a mulher vampiro) e o argentino Rodolfo Zalla (criador de Nádia, a filha de Drácula), Julio Shimamoto, Gedeone Malagola, Nico Rosso entre outros foram bastante ativos no gênero.
Zalla e Colonnese fundaram na década de 1960, o Estúdio D-Arte, em 1981 o Estúdio virou uma editora e foi responsável pela públicação das revistas Calafrio e Mestres do Terror.
No final de 1969, a EBAL, por conta do cancelamento da Revista do Mestre Judoca (personagens da Charlton Comics nos EUA), encomenda a Pedro Anísio e Eduardo Baron um novo herói nacional: o artista marcial mascarado Judoka. Considerado o principal super-herói brasileiro até então (ele apareceu em um filme de 1973 estrelado por Pedro Aguinaga e Elisângela).
O Menino Maluquinho
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